(André Ramiro, Ludy Larger e Josi Larger no filme Devolva-me)
Sobre laços que não se devolvem: no longa, crianças são tratadas como produto, carregando um enorme sentimento de rejeição
Em um mundo onde a adoção é proibida e crianças são alugadas por agências regulamentadas, os caminhos de uma jornalista e uma menina marcada por rejeições se cruzam. Inicia-se assim uma história provocadora, sensível e urgente sobre laços que não se compram e jamais se devolvem. Esse é o enredo de “Devolva-me”, longa dirigido por Camila Cohen, com criação e roteiro de Gustavo Calenzani e produção de Priscila Martz – Multiplot Filmes, que chega aos cinemas em 2026 com um elenco de peso, numa trama atemporal.
Contra seus próprios princípios, a jornalista Nathalia (Josi Larger) aluga a pequena Sara (Ludy Larger) por não conseguir engravidar, e o que começa como um teste se transforma em um vínculo profundo e inquebrantável. Quando o sistema ameaça separá-las, Nathalia precisa lutar pelo direito de ser mãe, mesmo que isso signifique desafiar as leis, a lógica e a própria sociedade. O filme parte de uma premissa ficcional para lançar luz sobre uma realidade dolorosa: no Brasil, milhares de crianças são devolvidas após tentativas fracassadas de adoção. Um segundo abandono que, embora silencioso, deixa marcas profundas.
André Mattos no filme Devolva-me
Devolva-me” parte de uma premissa provocadora: “O filme faz uma crítica ao mundo real, onde crianças são friamente devolvidas após a adoção. Porém, criamos um mundo distópico que vai além dessa realidade, onde existem agências de aluguel de crianças. Os elementos de arte e figurino se mesclam entre antigos e modernos para afastar o espectador da nossa realidade, criando assim uma atmosfera única e atemporal. O filme ressalta um lado bem cruel da humanidade, sem empatia, sem compaixão, dando foco ao sentimento de rejeição da criança. Nessa ficção, as crianças são tratadas como um produto, recebendo notas por seus desempenhos.” Conta Camila Cohen, diretora do filme.
No limiar entre o realismo dramático e o fantástico, “Devolva-me” mistura elementos simbólicos e poéticos em um cenário distópico, mas inquietantemente familiar. A “locadora de pessoas” que dá nome ao filme é um espaço quase teatral, povoado por figuras arquetípicas como Austero (o governante do drama), Hilária (a comédia silenciosa) e Nice (a ação). Neste cenário rico em metáforas, o espectador é guiado por imagens potentes: o boxe como forma de resistência, a água como símbolo de trauma e a criança que, mesmo “alugada”, desperta um amor impossível de regular e censurar.
Carla Cristina Cardoso no filme Devolva-me
Agora, falando sobre a vida real, vale destacar o encontro emocionante entre mãe e filha. Josi Larger passou por todo o processo de adoção e aguardou cinco anos na fila até que o destino a unisse a Ludy Larger, que já tinha 8 anos na época.
Josi sempre teve o desejo de fazer um filme que abordasse o sentimento das crianças diante a rejeição, falta de afeto e também o tema da adoção, mas queria algo diferente de tudo o que já havia pesquisado e assistido. Sonhava com um filme que realmente fizesse as pessoas refletirem, que trouxesse uma mensagem forte, profunda e impactante. Esse desejo, somado à sua vivência, foi decisivo na escolha do roteiro.
Além de protagonizar a história, Josi também atua como produtora associada do projeto.
Ludy, por sua vez, chegou com um talento nato, e o mais curioso é que já manifestava o desejo de ser atriz antes mesmo de saber que sua mãe era atriz. Ela passou por uma preparação intensa para dar vida à personagem e vem encantando a todos com sua sensibilidade e entrega.
É importante destacar que a história pessoal de Josi não inspirou diretamente o enredo do filme, porque é uma história bem diferente da vivência dela. No entanto, a conexão temática com a adoção certamente trouxe profundidade, verdade e um olhar sensível e experiente ao projeto, enriquecendo cada etapa da produção.
Renata Castro Barbosa no filme Devolva-me
O elenco conta com nomes consagrados no audiovisual brasileiro: Josi Larger, Carla Cristina Cardoso, André Mattos, Ludy Larger, Renata Castro Barbosa, André Ramiro, João Velho, Renata Loureiro, Giselle Lopez, Margareth Medeiros, Cláudio Cinti, Paula Frascari, Maria Fernanda Kopacheski, Rodrigo Candelot, Cosme dos Santos, Angela Paz, Alexandre Amador, Nilson Nunes, Giovanna Faria, Lucas Duh, Manuela Granetti, Clarice Thompson, Alice Pastorello, Leo Casais, Nicholas Noah e Bernardo Martins Isaias.
– Nosso filme é um convite à empatia, à reparação, e principalmente, à esperança – destaca a diretora do longa, Camila Cohen.
FICHA TÉCNICA:
Criação e Roteiro: Gustavo Calenzani
Direção: Camila Cohen
Direção de Fotografia: Guga Millet
Elenco: Josi Larger, Carla Cristina Cardoso, André Mattos, Ludy Larger, Renata Castro Barbosa, André Ramiro, João Velho, Renata Loureiro, Giselle Lopez, Margareth Medeiros, Cláudio Cinti, Paula Frascari, Maria Fernanda Kopacheski, Rodrigo Candelot, Cosme dos Santos, Angela Paz, Alexandre Amador, Nilson Nunes, Giovanna Faria, Lucas Duh, Manuela Granetti, Clarice Thompson, Alice Pastorello, Leo Casais, Nicholas Noah e Bernardo Martins Isaias
Direção de Elenco: Nubia Koelho
Produção: Priscila Martz – Multiplot Filmes
Produção Executiva: Leandra Aieedo
Assistente de Produção Executiva: Josi Larger
Direção de Produção: Miguel Rodrigues
Direção de Arte: Fabi Mix
Figurino: Gabrielle Leal
Caracterização: Graciane Vazquez
Assessoria de Imprensa: Carlos Pinho | Dicas do Pinhão e Jesus Borges | Uau Marketing