Dia do Amigo: neuropsicóloga explica como as amizades impactam a saúde emocional na vida adulta

Eduardo Cavalcanti Cunha

Celebrado em 20 de julho, o Dia do Amigo é mais do que uma data simbólica — é um convite à reflexão sobre a qualidade das relações que cultivamos. A neuropsicóloga Nathalie Gudayol explica como as amizades influenciam o bem-estar, a autoestima e até o funcionamento do cérebro ao longo da vida.

A infância e a adolescência costumam ser marcadas por amizades intensas, espontâneas e quase inseparáveis. Mas, à medida que envelhecemos, o tempo fica mais escasso, os compromissos se multiplicam e muitas relações vão ficando pelo caminho. Ainda assim, manter amizades na vida adulta não é apenas possível — é fundamental para a saúde mental.

De acordo com a neuropsicóloga Nathalie Gudayol, as conexões sociais têm impacto direto no equilíbrio emocional e no funcionamento cognitivo. E não basta estar rodeado de pessoas: a qualidade das amizades é o que realmente importa.

“Amigos verdadeiros ajudam a reduzir o estresse, aumentam a resiliência emocional e contribuem para o senso de pertencimento. Mas relações tóxicas ou desequilibradas, por outro lado, podem gerar desgaste, insegurança e até sintomas de ansiedade ou depressão.”

Amizade na vida adulta: o que muda?

Na fase adulta, as amizades são, muitas vezes, construídas com base em afinidades mais profundas: valores, visões de mundo, estilo de vida e apoio mútuo diante das responsabilidades da vida cotidiana. Porém, diferentemente da infância, essas relações precisam de intencionalidade e cuidado para se manterem vivas.

“Com a rotina corrida, é comum negligenciarmos os vínculos afetivos. Mas o cérebro humano é social por natureza. Quando nos isolamos, aumentamos os riscos de adoecimento emocional e até de declínio cognitivo precoce.”

Benefícios das amizades verdadeiras, segundo a neuropsicologia
• Redução do estresse e da ansiedade
• Melhora da autoestima e da autoconfiança
• Maior capacidade de resolução de conflitos
• Estímulo à empatia e ao desenvolvimento emocional
• Fortalecimento da memória e da cognição social
• Sensação de pertencimento e propósito

E quando a amizade faz mal?

Nem toda amizade é benéfica. Relações marcadas por manipulação, competitividade excessiva, julgamento constante ou falta de reciprocidade podem se tornar gatilhos emocionais perigosos.

“Amizade não deve ser confundida com obrigação. Relações que drenam energia, geram culpa ou alimentam padrões destrutivos merecem ser repensadas.”

Como cultivar boas amizades na vida adulta? Dicas de Nathalie Gudayol:
1. Valorize a escuta ativa

Estar presente, ouvir sem julgar e acolher o outro fortalece o vínculo.

2. Priorize qualidade, não quantidade

Ter poucos amigos verdadeiros é mais saudável do que manter relações superficiais.

3. Respeite os limites — os seus e os dos outros

Amizade saudável é construída com espaço, maturidade e autonomia.

4. Celebre conquistas e apoie nos momentos difíceis

Amizade é troca e presença — especialmente quando não é conveniente.

5. Esteja aberto a novas conexões

Nunca é tarde para construir novos laços. Mudanças de fase podem trazer pessoas significativas.

“O Dia do Amigo é um bom momento para refletirmos sobre quem escolhemos ter por perto. Amigos de verdade não apenas acompanham a caminhada, mas nos ajudam a ser melhores ao longo dela”, conclui Nathalie Gudayol.

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