Produtor de lichia projeta safra promissora e defende incentivos à fruticultura nacional

Eduardo Cavalcanti Cunha

Raphael Alabarse, produtor rural no estado de São Paulo, comenta expectativas para a colheita de verão e reforça a importância de políticas públicas voltadas à cadeia de frutas frescas

O produtor rural Raphael Alabarse, especializado no cultivo de lichia e com atuação no estado de São Paulo, projeta uma safra promissora para o verão de 2025, impulsionada por condições climáticas favoráveis e pelo avanço de técnicas de manejo. Sócio da Alabarse Frutas e com sede no entreposto da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o empresário avalia que a produção deve superar a do ano anterior, acompanhando a tendência de crescimento observada em outras culturas do hortifrúti nacional.

“A florada foi uniforme e o clima está colaborando. Se mantivermos o ritmo, a colheita deste verão terá frutas com melhor calibre e mais doçura, atributos valorizados tanto no mercado interno quanto no externo”, afirmou Alabarse. Segundo ele, o Brasil ainda é um produtor modesto de lichia em comparação a países asiáticos, mas tem potencial para se consolidar como fornecedor regular na América Latina e na Europa.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a fruticultura movimentou R$ 57 bilhões em 2023, representando cerca de 16% do valor bruto da produção agrícola nacional. No entanto, culturas como a lichia ainda têm baixa representatividade estatística, reflexo da falta de incentivos e de políticas específicas para frutas frescas de nicho.

“O setor carece de linhas de crédito adaptadas à realidade do produtor, investimentos em pesquisa e apoio para certificações que facilitem o acesso a mercados mais exigentes. Sem políticas públicas consistentes, a fruticultura brasileira perde competitividade e deixa de gerar mais empregos e divisas”, disse.

Além da expectativa positiva para a safra, Alabarse destaca que a demanda por frutas exóticas cresce de forma consistente. Levantamento da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) aponta que o consumo global de frutas frescas aumentou 17% na última década, com maior valorização de produtos diferenciados e com apelo de saudabilidade.

Para o empresário, a lichia pode ser um símbolo da diversificação agrícola brasileira. “O consumidor está mais aberto a experimentar novos sabores. Se tivermos infraestrutura e apoio para ampliar a produção, conseguiremos abastecer o mercado interno e exportar com regularidade”, concluiu.

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