Estudos mostram que a prática regular de atividades físicas criativas, como as artes circenses, contribui para reduzir sintomas de ansiedade e depressão, além de estimular pertencimento e autoconfiança.
O Setembro Amarelo é um convite para refletirmos sobre a importância de valorizar a vida e investir em práticas que fortalecem a saúde mental. Mais do que uma campanha de conscientização, o período traz luz para iniciativas que unem bem-estar, acolhimento e prevenção. Entre elas, o circo tem se destacado como uma alternativa lúdica e eficaz para crianças, adolescentes e adultos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a atividade física regular pode reduzir em até 30% os sintomas de ansiedade e depressão. Já um levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) indica que 80% das crianças passam mais tempo em frente às telas do que em atividades ao ar livre, um cenário que aumenta o risco de sedentarismo, déficit de atenção e problemas emocionais. Nesse contexto, o circo surge como um caminho criativo para resgatar movimento, expressão corporal e autoestima.
“Quando uma criança ou adolescente sobe no tecido, se apresenta no palco ou experimenta uma acrobacia, ela está indo além de um exercício físico. Está desenvolvendo confiança, coragem e senso de pertencimento. Isso tem um impacto direto na saúde emocional”, explica Viviane Rabello, diretora do Arena Circus, escola que reúne mais de 160 alunos e mantém parcerias com colégios da região.
O espaço oferece modalidades como tecido, lira, acrobacias, teatro musical e dança. Cada prática estimula não apenas força e coordenação, mas também habilidades socioemocionais, como disciplina, resiliência e cooperação.
Para famílias, os efeitos são perceptíveis no dia a dia:
“Meu filho sempre foi muito tímido, mas depois que começou as aulas de circo, percebi um ganho enorme de autoconfiança e mais foco nos estudos.” – Elisa, mãe da Sofia, 9 anos
“Ele aprendeu a trabalhar em equipe, ganhou força e hoje é mais alegre e disciplinado.” – Alex, pai do Gabriel, 7 anos
Profissionais de saúde também destacam os benefícios:
“As atividades desenvolvem força, coordenação motora e consciência corporal de forma lúdica, além de melhorar a socialização e a autoestima.” – Dra. Mariana, Fisioterapeuta
“O circo é uma atividade completa: fortalece músculos, articulações e estimula socialização e saúde emocional.” – Dr. Ricardo, Pediatra
“A autoestima das crianças cresce com as aulas, reduzindo a ansiedade e promovendo confiança social.” – Dra. Ana Paula, Psicóloga Infantil
“O circo une exercício físico e prazer, estimulando flexibilidade, força e equilíbrio, com grande benefício para a saúde mental.” – Dr. Felipe, Médico Clínico Geral
Além de crianças e adolescentes, adultos também encontram no circo um espaço de autodescoberta. Modalidades como o poli acrobático — voltado para maiores de 14 anos — têm atraído principalmente mulheres em busca de empoderamento e superação pessoal.
“O poli acrobático não tem relação com sensualidade, mas sim com força e disciplina. É um exercício que fortalece corpo e mente”, completa Viviane Rabello.
A ciência reforça essa percepção: estudo publicado no Journal of Positive Psychology aponta que atividades que unem movimento físico e expressão artística aumentam em até 25% a sensação de bem-estar e vitalidade. Para Viviane, esse é o verdadeiro espetáculo do circo:
“Mais do que acrobacias, o que oferecemos é uma experiência de vida. Cada aluno que supera um desafio em aula descobre que é capaz de ir além, e isso é fundamental para a valorização da vida.”